Você já imaginou reatores nucleares a prova de fusão? Ou um mundo onde acidentes como os de Fukushima e Chernobyl seriam coisas do passado?
No futuro, com os novos reatores nucleares a tório, cujo ponto de fusão é muitíssimo mais elevado, esses desastres não mais irão ocorrer. No momento existem poucos reatores nucleares movidos a tório no mundo. No entanto países como China, Japão, Inglaterra e Austrália estão estudando um novo tipo de reator nuclear que usa sais de tório, não de urânio e que operam a baixa pressão, produzem temperaturas mais elevadas, com menores custos operacionais e permitem, também, um maior controle das mudanças de temperatura. Esta nova geração de reator nuclear vai mudar completamente a história da energia nuclear. Tratam-se dos reatores movidos por fluoreto líquido de tório o LFTR. Um dos pontos mais importantes destes reatores tipo LFRT é a segurança e a estabilidade. Eles podem ser desativados imediatamente caso ocorra uma falha, o que não acontece nos demais reatores como o de Fukushima no Japão que até hoje, mais de 2 anos e meio do acidente, ainda está ativo e poluindo o meio ambiente. Os LFTR também geram resíduos mas esses podem ser neutralizados em muito menos tempo e descartados, sem prejuízos, ao meio ambiente. Os LFTR não geram elementos tipo plutônio que podem ser utilizados em armas nucleares e bombas atômicas. É uma nova tecnologia que já está sendo chamada de gerador verde e que atrai a atenção de muitos investidores destacando-se Bill Gates. Em breve iremos ver esses reatores a tório substituindo os milhares de reatores nucleares obsoletos, que já começam a ser fechados em vários países. E o Brasil? O Brasil será um dos países exportadores de tório. Temos recursos muito elevados desse metal, contido em areias monazíticas que ocorrem ao longo do litoral brasileiro.
Um metal raro no mundo, mas abundante no Brasil, considerado fundamental para a indústria de alta tecnologia e cuja demanda tem aumentado nos últimos anos, tem sido objeto de controvérsia e de uma série de suspeitas e informações desencontradas que se multiplicam na internet – alimentando teorias conspiratórias e mitos sobre a dimensão da sua importância para a economia mundial e do seu potencial para elevar o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Trata-se do nióbio, elemento químico usado como liga na produção de aços especiais e um dos metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas. Quando adicionado na proporção de gramas por tonelada de aço, confere maior tenacidade e leveza. O nióbio é atualmente empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, em tomógrafos de ressonância magnética, na indústria aeroespacial, bélica e nuclear, além de outras inúmeras aplicações como lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade, bens eletrônicos e até piercings.
O mineral existe no solo de diversos países, mas 98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil. O país responde atualmente por mais de 90% do volume do metal comercializado no planeta, seguido pelo Canadá e Austrália. No país, as reservas são da ordem de 842.460.000 toneladas e as maiores jazidas se encontram nos estados de Minas Gerais (75% do total), Amazonas (21%) e em Goiás (3%).
Segundo relatório do Plano Nacional de Mineração 2030, o Brasil explora atualmente 55 substâncias minerais, respondendo por mais de 4% da produção global, e é líder mundial apenas na produção do nióbio. No caso do ferro e do manganês, por exemplo, em que o país também ocupa posição de destaque, a participação na produção global não ultrapassa os 20%.
Tal vantagem competitiva em relação ao nióbio desperta cobiça e preocupação por parte das grandes siderúrgicas e maiores potências econômicas, que costumam incluir o nióbio nas listas de metais com oferta crítica ou ameaçada. É isso também que alimenta teorias de que o Brasil vende seu nióbio “a preço de banana”; que as reservas nacionais estão sendo “dilapidadas”; e que o país está “perdendo bilhões” ao não controlar o preço do produto.
A chamada “questão do nióbio” não é um assunto novo. Um dos seus porta-vozes mais ilustres foi o deputado federal Enéas Carneiro, morto em 2007, que alardeava que só a riqueza do mineral seria o suficiente para lastrear toda a riqueza do país. O nióbio já chegou a ser relacionado até com o mensalão, após o empresário Marcos Valério afirmar na CPI dos Correios, em 2005, que o Banco Rural conversou com José Dirceu sobre a exploração de uma mina de nióbio na Amazônia.
Em 2010, um documento secreto do Departamento de Estado americano, vazado pelo site WikiLeaks, incluiu as minas brasileiras de nióbio na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são considerados estratégicos e imprescindíveis aos EUA . Mais recentemente, o nióbio voltou a ganhar os holofotes em razão da venda bilionária de uma fatia da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), maior produtora mundial de nióbio, para companhias asiáticas. Em 2011, um grupo de empresas chinesas, japonesas e sul coreana fechou a compra de 30% do capital da mineradora com sede em Araxá (MG) por US$ 4 bilhões.
Independente do debate muitas vezes ideológico por trás da questão e dos mitos que cercam o mineral, o fato é que o quase ‘monopólio’ da oferta ainda não resultou numa política específica para o nióbio no Brasil ou programa voltado para o desenvolvimento de uma cadeia industrial que vise agregar valor a este insumo que praticamente só o país oferece.